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Composição química

Compostos [1]

Heterósidos do grupo de digitanol (sem atividade cardiotónica)

Heterósidos saponínicos 

Heterósidos cardiotónicos [2]

Dentro destes compostos podemos distinguir três grupos de acordo com a estrutura da genina (parte da molécula que não tem açúcares): os derivados da digitoxinagenina, da gitoxigenina e da gitaloxigenina.

As folhas, flores, caule e sementes da Digitalis purpurea contêm múltiplos compostos com diversas funções, sendo que a maioria tem atividade cardiotónica, isto é, atuam no coração aumentando a sua força de contração.

Flavonoides

Antraquinonas

Saponósidos

Heterósidos de núcleo esteroide

Os principais heterósidos da dedaleira são: a digitoxina (ou digitalina), que é o composto em maiores quantidades na planta; o purpureaglucósido A, que por ação da digipurpidase (fermento presente nas folhas da dedaleira) perde a glucose e origina a digitoxina; e o purpureaglucósido B, que por perda da glucose origina a gitoxina.

Ao contrário do que se pensava inicialmente, verificou-se que a digitoxina e a digoxina eram compostos mais ativos que os heterósidos que lhes deram origem [2].

Encontramos também compostos como a glucogitaloxina ou a digitonina, esta última sem ação cardiocinética, no entanto tem sido apontada como tendo influência positiva na absorção dos heterósidos de formas galénicas preparadas com folhas de dedaleira [2].

Figura 5: Compostos cardiotónicos presentes na Digitalis purpurea.

Retirado de: http://www.uepg.br/fitofar/dados/dedaleira.pdf

Figura 4: Folhas de Digitalis purpurea (dedaleira). 

De forma geral, os glicosídeos cardiotónicos partilham uma estrutura comum com um núcleo esteroide, porções de açúcar - posição 3 - e de lactona - posição 17 (Figura 6).

Apesar de o núcleo esteroide ser considerado a fração farmacologicamente ativa da molécula, estes compostos demostraram ter uma conformação diferente da dos mineralo e glucocorticoides e das hormonas sexuais.

O tipo de açúcar ligado ao núcleo esteroide altera a potência dos compostos [3],

Figura 6: Estrutura geral do glicosídeos cardiotónicos

Retirado de:  Elbaz, H. A., Stueckle, T. A., Tse, W., Rojanasakul, Y., & Dinu, C. Z. (2012). Digitoxin and its analogs as novel cancer therapeutics. Experimental Hematology & Oncology, 1(1), 1.

Curiosidade

A Digitalis heywoodii é uma subespécie da Digitalis purpurea L. mas que ainda não foi muito estudada. Existem diferenças e semelhanças entre as duas plantas, tanto do ponto de vista botânico como fitoquímico.  Esta susbespécie foi descoberta por Silva e Silva em 1959, no entanto, ainda não existem muitos fármacos devido ao seu pequeno habitat, tendo já sido detetada a presença de glicosídeos esteroides nas folhas [4].

Os glicósidos digitálicos diferem essencialmente nas suas propriedades farmacocinéticas, por oposição às suas propriedades farmacodinâmicas.

Figura 7: Digitalis purpurea (dedaleira).

[1] Bruneton, J. Farmacognosia: Fitoquímica Plantas medicinales. 2ª ed. Editorial Acribia, S.A.; 2001

[2] Proença da Cunha A.Farmacognosia e Fitoquímica. 4ª ed, Fundação Caloustre Gulbenkian, 2005

[3] Elbaz, H. A., Stueckle, T. A., Tse, W., Rojanasakul, Y., & Dinu, C. Z. (2012). Digitoxin and its analogs as novel cancer therapeutics. Experimental Hematology & Oncology, 1(1), 1.

[4] Navarro, E., Alonso, P. J., Alonso, S. J., Trujillo, J., Pérez, C., Toro, M. V., & Ayuso, M. J. (2000). Cardiovascular activity of a methanolic extract of Digitalis purpurea spp. heywoodii. Journal of ethnopharmacology, 71(3), 437-442.

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